quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sabe lá

Tenho a voz do meu amor
Dentro do meu coração
Livre, forte, sem temor
Melodia da canção


Sabe lá, sabe lá
Sabe lá o que é amar?
Sabe lá, sabe lá
É difícil explicar


É ceder, mais que querer
É um eterno aprender
É preciso mesmo sem
Necessariamente ser


É poesia e emoção
É razão sem perceber
É sonhar sem medo algum
É não querer entender

Sabe lá, sabe lá
Onde mora a paixão?
Sabe lá, sabe lá
Confundir a ilusão...


Tenho o amor que me dá paz
Que dá força pra seguir
Que me tira da aflição
Que me mostra aonde ir


Sabe lá, sabe lá
O que é não ser feliz?
Sabe lá, sabe lá
Não ser livre num país?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sentidos

Palavras são apenas resumos dos nossos sentimentos profundos,


Sentimentos que para serem explanados precisam mais do que um sujeito, um verbo e um predicado.


Precisam de toque, visão, audição.




Martha Medeiros

Imorrível



Conexão de Amor

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.

O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.


É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.


Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples
e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.


Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.


Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.


Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.


Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.


Só entra em relação rica e saudável com o outro,
quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,
não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.
E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.
Isso é afinidade.
Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita
o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.
Questionamento de não afins, eis a guerra.


A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.
Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,
por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,
veremos ou falaremos.


Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem
para buscar sintomas com pessoas distantes,
com amigos a quem não vemos, com amores latentes,
com irmãos do não vivido?


A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas
nem pelas pessoas que as tem.


Por prescindir do tempo e ser a ele superior,
a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades
ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,
para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.

Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,
porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.


Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir o clima afetivo de antes,
é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,
plantios de resultado diverso.


Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,
é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas.


Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,
a expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida do eu individual aprimorado.


(Arthur da Távola)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Every time I look at you

It's gonna take a little time to show you
Just what you mean to me
It seems the more I get to know you
The more I need to make you see,
you're everything I need

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A ponte inexplicável que nos une, é a explicação mais plausível sobre o que sinto a seu respeito.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Afinidade




A vida nos ensinou que o amor não consiste em olhar um para o outro, 
mas sim olhar juntos para fora na mesma direção.





sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Infância







Vou chorar
sem medo
Vou lembrar
do tempo
De onde eu via o mundo azul...
[Nenhum de nós]















quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O que não lhe ouso contar


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..

F. Pessoa


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tallulah



I'll win you back for me if you give me a chance


[Eu te conquistarei de novo se você me der a chance]



The reason




Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado

Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos

Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...




I've found out a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
And the reason is you