Mesas espalhadas e pessoas de todos os tipos enchiam o lugar.
Tons de verde nas paredes e na iluminação.
Aquela música alta dizia muito sobre você, mas eu ainda não sabia.
Alguns garotos, perto do vidro que separava a entrada, enlouqueciam gritando em demonstração a devoção àquele som.
Já eu, não demonstrei tanta afeição.
Cheguei a pensar algumas vezes: O que eu vim fazer aqui?
Meus olhos o procuravam discretamente e quando te encontravam tudo sossegava dentro de mim.
Era onde eu devia estar.
É sem nexo pensar que existe esse tipo de coisa.
Paixão à primeira “vista” soa tão conto-de-fadas.
Eu parada e você dançante.
Você calado e eu falante.
As vezes que segurou minha mão foram duas.
Os sorrisos eram tantos que não pude contar.
Não tínhamos muito assunto. E pra quê?
Houve sintonia!
Entre tantas letras cantadas.
Melodias tocadas.
No ritmo embriagante daquela banda mais ou menos.
Surgiu uma espécie de utopia.
O som vibrante que alucinava alguns embalava nosso primeiro encontro.
Sua presença me anestesiava que sequer barulho eu ouvia.
Sou um tanto Alice no país das maravilhas.
Transformo a realidade em sonhos lindos.
Já você, meio Romeu.
Tentando me convencer de que os sonhos serão lindas realidades.
Mas o fato de que não passam de sonhos destroem os meus castelos imaginários.
O incêndio de todo querer vira nevasca.
O medo transtorna e me faz recuar ao invés de avançar.
Fujo do desconhecido com medo de encontrar felicidade plena.
Nesse faz-de-conta a completude das emoções já me tomam por inteiro.
Sua voz me muda.
Seu afeto cura.
Sinto aquele abraço e me derreto em desesperanças.
Se eu soubesse que aquele seria o primeiro.
Se soubesse que seria o último.
Numa noite qualquer.
Em um lugar qualquer.
Nasceu uma nova sinfonia...
O nosso Rock.