terça-feira, 9 de novembro de 2010

Então, que seja doce.



Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas
para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: - Que seja doce.

Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia,
contemplando as partículas de poeira soltas no ar,
feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte:

que seja doce

que seja doce

 que seja doce

e assim por diante.

Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, 
talvez não saiba responder. 
Tudo é tão vago como se fosse nada.

Caio Fernando Abreu

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