segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rock’n roll.. (Ela)


Era escuro lá dentro.

Mesas espalhadas e pessoas de todos os tipos enchiam o lugar.

Tons de verde nas paredes e na iluminação.

Aquela música alta dizia muito sobre você, mas eu ainda não sabia.

Alguns garotos, perto do vidro que separava a entrada, enlouqueciam gritando em demonstração a devoção àquele som.

Já eu, não demonstrei tanta afeição.

Cheguei a pensar algumas vezes: O que eu vim fazer aqui?

Meus olhos o procuravam discretamente e quando te encontravam tudo sossegava dentro de mim.

Era onde eu devia estar.

É sem nexo pensar que existe esse tipo de coisa.

Paixão à primeira “vista” soa tão conto-de-fadas.

Eu parada e você dançante.

Você calado e eu falante.

As vezes que segurou minha mão foram duas.

Os sorrisos eram tantos que não pude contar.

Não tínhamos muito assunto. E pra quê?

Houve sintonia!

Entre tantas letras cantadas.

Melodias tocadas.

No ritmo embriagante daquela banda mais ou menos.

Surgiu uma espécie de utopia.

O som vibrante que alucinava alguns embalava nosso primeiro encontro.

Sua presença me anestesiava que sequer barulho eu ouvia.

Sou um tanto Alice no país das maravilhas.

Transformo a realidade em sonhos lindos.

Já você, meio Romeu.

Tentando me convencer de que os sonhos serão lindas realidades.

Mas o fato de que não passam de sonhos destroem os meus castelos imaginários.

O incêndio de todo querer vira nevasca.

O medo transtorna e me faz recuar ao invés de avançar.

Fujo do desconhecido com medo de encontrar felicidade plena.

Nesse faz-de-conta a completude das emoções já me tomam por inteiro.

Sua voz me muda.

Seu afeto cura.

Sinto aquele abraço e me derreto em desesperanças.

Se eu soubesse que aquele seria o primeiro.

Se soubesse que seria o último.

Numa noite qualquer.

Em um lugar qualquer.

Nasceu uma nova sinfonia...

                                     O nosso Rock.

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